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Histórias de História

Bem-vindo(a) Este espaço foi criado em 2017 e tem por objectivo de transmitir um pouco de tudo, que o publico desconhece ou nunca ouviu falar. Contudo a história por si é feita de pequenas e grandes histórias, desde factos banais a acontecimentos

Histórias de História

Bem-vindo(a) Este espaço foi criado em 2017 e tem por objectivo de transmitir um pouco de tudo, que o publico desconhece ou nunca ouviu falar. Contudo a história por si é feita de pequenas e grandes histórias, desde factos banais a acontecimentos

Duas ou três coisas que têm de ser ditas sobre Belmiro de Azevedo

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Belmiro de Azevedo não se distinguia apenas por ter construído o seu grupo a partir do nada - distinguia-se também por o ter feito à margem ou mesmo contra todos os governos.

Em Portugal há dois tipos de empresários: os que vivem encostados ao Estado e os que só pedem que o Estado não atrapalhe. Infelizmente, os primeiros são os mais numerosos. Belmiro de Azevedo era porventura o mais representativo do grupo, pequeno, daqueles que não estão à espera de subsídios nem preferem os sectores protegidos da economia.

Nos quase 20 anos em que trabalhei no Público, sobretudo naqueles em que fui seu director, pude perceber como, para ele, a liberdade que se vivia na redacção era um prolongamento natural do seu espírito independente e crítico. O Público não era a “flor na lapela” da Sonae, não era o toque de distinção num grupo “de merceeiros”, como alguns gostavam de olhar para os que tinham revolucionado a grande distribuição em Portugal fundando os Continente. Muito menos uma “flor na lapela” do homem que nascera pobre em Marco de Canaveses e que a aristocracia do regime – e da cidade do Porto – sempre viu como um intruso.

Quando o Público fez 20 anos, a 5 de Março de 2010, ele, que não deve ter escrito sequer uma mão cheia de textos para o jornal que lhe pertencia, publicou um testemunho onde significativamente escrevia que “já vivi o suficiente para perceber que o poder, em geral, aceita com dificuldade a crítica, a denúncia e a irreverência”. Também sei o que isso significa, mas aqui o importante é perceber que, para Belmiro de Azevedo, o seu jornal não faria sentido sem crítica, denúncia e irreverência – o que significa que aquela que é a matriz genética do jornalismo que sempre pratiquei e pratico, e que foi a matriz fundadora do Público, era no fundo uma outra expressão da forma de estar na vida de Belmiro de Azevedo.

Muitos dos projectos que lançou falharam, houve negócios que foram desastres, empresas que comprou e a que não conseguiu dar a volta, mas a verdade é que não é deles que nos lembramos por uma razão simples: não tinha medo de falhar.

Mais: essa era uma das qualidades que faziam de Belmiro de Azevedo um empresário, não apenas um bom gestor de empresas ou de fortunas. E ainda menos de rendas.

Basta recordarmos alguns dos momentos mais marcantes da sua vida para percebermos que tinha aquelas qualidades que distinguem os empresários dos patrões.

Primeiro, o gosto pelo risco. Quando, no início da sua carreira, impôs ao banqueiro Afonso Pinto Magalhães que nunca nomeasse para uma Sonae que ainda não era dele nenhum dos seus três genros agiu com aquele grau de auto-confiança próprio dos líderes e aquele toque de arrogância que por regra encontramos em todos os líderes carismáticos. Nesse momento, pôs a sua carreira em jogo e ganhou. Como ganharia apenas três anos depois a aposta “louca” no primeiro Continente, o de Matosinhos, uma grande superfície olhada de soslaio pelos eternos “velhos do Restelo” da Pátria.

Alguém sem audácia, alguém receoso de assumir riscos, não teria lançado a Optimus numa altura em que o mercado parecia saturado, muito menos teria montado a extraordinária OPA sobre a PT. Alguém sem a coragem de sonhar com voos sempre mais altos não teria tentado ser líder mundial da indústria de aglomerados de madeira, comprando primeiro a Tafisa, líder na Península Ibérica, e depois a Glunz, primeiro grupo industrial global.

Muitos dos projectos que lançou falharam, houve negócios que foram desastres, empresas que comprou e a que não conseguiu dar a volta, mas a verdade é que não é deles que nos lembramos por uma razão simples: não tinha medo de falhar, preferia tentar, diversificar, abrir novos horizontes. Confiava no instinto e na sua capacidade de fazer melhor.

Depois, Belmiro acreditava na inovação e na concorrência. Lembro-me bem do dia em que se deixou convencer, de forma definitiva, pela ideia de lançar o Público. Foi numa reunião no Porto, num edifício junto ao Hotel Sheraton. Nós tínhamos levado os estudos de mercado e o plano de negócios que tinham sido desenvolvidos sob a direcção de Carlos Moreira da Silva, mas levávamos também o primeiro número zero, o primeiro mono de um diário radicalmente diferente desenhado por Henrique Cayatte com uma elegância que fez com que fosse amor à primeira vista. Nessa manhã de sábado acendeu-se, de vez, a luz verde que nos permitiria avançar, e senti que isso aconteceu não por olhar para os números, mas por sentir que aquilo que lhe estávamos a mostrar era o embrião de um jornal radicalmente diferente e inovador.

Ao longo dos anos, e das muitas reuniões que tive com ele, a sua exigência para que apresentássemos resultados económicos – e o Público só deu lucro em três ou quatro dos seus mais de 27 anos de vida – ia sempre a par com a sua abertura para que lhe apresentássemos soluções disruptivas.

Sem estas características não lhe teria sido possível lançar-se em tantas áreas diferentes e ter mudado tanto a forma como vivemos em Portugal – porque Belmiro de Azevedo mudou muito mais do que a forma como fazemos compras, mudou também o modo como olhamos para os empresários que vêm do nada e acabam na lista da Forbes dos mais ricos do mundo. E fez com que essa percepção mudasse ao valorizar a formação dos quadros, ao ele próprio ter começado na escola de Tuias, onde se ia para as aulas descalço, e acabado engenheiro químico, ao nunca se ter deixado enfeitiçar pela riqueza, mantendo até ao fim da vida hábitos frugais e evitando luxos desnecessários, tendo absoluto horror ao exibicionismo.

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O primeiro número do Público

 

Finalmente, Belmiro de Azevedo era um empresário como devem ser os empresários porque sempre fez questão de fazer o seu percurso e construir o seu grupo o mais possível longe de qualquer interferência governamental. Não foram poucos os políticos, à direita e à esquerda, que foram alvo da sua crítica acerada, mesmo cruel, nunca calculada. Entre os quadros do grupo tinha-se verdadeiro pavor sempre que se sabia que “o engenheiro” — como todos se lhe referiam — ia dar uma entrevista ou fazer declarações públicas: ninguém o controlava, ninguém o convencia a conter-se, ninguém nunca o obrigou a ser conveniente.

Sem surpresa, Belmiro de Azevedo pagou um preço elevado por esta forma – tão pouco portuguesa – de estar na vida e nos negócios. Teve guerras com Cadilhe por causa da forma como explorou o mercado de capitais numa altura em que os portugueses ainda o estavam a redescobrir. Teve guerras com Cavaco por causa da privatização do Banco Totta. E mais tarde com Guterres por causa do BPA e da Portucel. Teve o mais épico dos embates com José Sócrates por causa da OPA sobre a PT, uma batalha onde já teve a seu lado o filho, Paulo Azevedo.

Numa certa manhã em que viera a Lisboa para uma reunião importante com José Sócrates por causa da OPA à PT, eu tinha escrito um editorial violento a propósito de uma reviravolta governamental e a reunião acabou por ser marcada pela fúria do então primeiro-ministro.

Não era por ser um homem do Porto (ou mesmo do Marco de Canavezes) que tinha horror aos corredores do poder – era porque o seu modo de estar nos negócios era radicalmente diferente de um dos seus grandes rivais, Ricardo Salgado. Onde este cultivava a proximidade, a cumplicidade, mesmo a promiscuidade, Belmiro fazia gala na distância. Mesmo quando isso podia prejudicar os seus negócios.

Não foi por isso nada fácil a forma como acabou por impor-se na área das telecomunicações. Não foi fácil porque o mercado estava dominado pelo incumbente, a PT, a quem o Estado e os governos davam escandalosa protecção. Não foi fácil porque a regulação independente, que devia zelar pela concorrência, nem sempre era independente. E foi ainda menos fácil quando era o dono de um jornal, o Público, que nos tempos de José Sócrates chegou a ser uma voz crítica quase isolada.

Nalguns desses momentos sei como a sua fibra foi posta à prova. Soube, por exemplo, que numa certa manhã em que viera a Lisboa para uma reunião importante com José Sócrates por causa da OPA à PT, eu tinha escrito um editorial violento a propósito de uma reviravolta governamental (nas portagens das SCUT, recordo-me bem), e que a reunião acabou por ser marcada pela fúria do então primeiro-ministro. Nunca me disse nada, nem ele, nem Paulo Azevedo, que também esteve presente. Soube muito tempo depois, quase por acaso e porque ele era assim: nunca quis que me sentisse condicionado no que escrevia por imaginar que isso podia prejudicar o maior negócio da sua vida.

Poderia contar mais episódios destes, mas o essencial a reter é que Belmiro de Azevedo era alguém que gostava de se ver como um liberal e de agir como um liberal. E é bom que entendamos bem o que isso significa, pois vivemos no país onde o PCP votou contra um voto de pesar pela sua morte e o Bloco de Esquerda se absteve, um país onde são esses dois partidos que sustentam a actual solução governativa.

Belmiro era um liberal porque acreditava realmente na concorrência e desconfiava dos governos. Belmiro era uma liberal porque, como ele dizia, criava empregos e sabia que tinha salários para pagar ao fim do mês, uma realidade que a maioria dos ministros nunca tinham conhecido. Belmiro era um liberal porque sempre tratou de combater poderes dominantes e sempre o fez tratando de ser melhor, não percorrendo os corredores do poder. Belmiro era um liberal porque sempre considerou que o principal capital do seu grupo era o capital humano, sempre apostou na formação dos seus trabalhadores, sempre foi respeitado pela maioria dos que com ele trabalharam desde os dias em que era engenheiro fabril.

Quantos mais capitães da economia cultivam, como ele, o mesmo espírito independente, o mesmo desassombro, idêntica coragem, parecida frontalidade?

Sei também como era exigente e, ao mesmo tempo, como apreciava o mérito. Por isso mesmo, conforme se foi afastando da gestão quotidiana das inúmeras empresas do universo Sonae, sempre teve a preocupação de ter debaixo de olho os principais quadros. Era uma competência de que nunca abdicou. Era, suspeito, um gosto que também cultivava, chamando-os todos os anos para uma reunião que terminava com um jantar na sua casa do Marco de Canaveses.

É por tudo isto que senti necessidade de escrever estas duas ou três coisas que, na minha perspectiva, tornam singular a figura de Belmiro de Azevedo. É também por tudo isto que deixo um desafio sob a forma de uma pergunta (a que deliberadamente não respondo): quantos mais capitães da economia cultivam, como ele, o mesmo espírito independente, o mesmo desassombro, idêntica coragem, parecida frontalidade, são capazes desse exercício que devia ser tão normal como respirar que é dizer alto o que realmente pensam?

A resposta, como sabem, é arrepiante. Mas é uma resposta que diz muito sobre o nosso atraso como país.

Belmiro com o filho Paulo, quando lançou a OPA sobre a PT

 Belmiro com o filho Paulo, quando lançou a OPA sobre a PT

O Público trouxe problemas a Belmiro de Azevedo n

 O Público trouxe problemas a Belmiro de Azevedo na sua relação com José Sócrates. Nesses momentos, o empresário mostrou a sua fibra

 

Por José Manuel Fernandes

 

Paraíso: aspiração terrena e sobrenatural

Entre as muitas perguntas que fazemos a nós mesmos  está: “O que é o céu? É o paraíso?”.

Se pegarmos um dicionário e procurarmos a palavra “Paraíso”, encontramos a seguinte definição: “Em muitas religiões, e, especificamente, no cristianismo, é o lugar alcançado pelas almas dos justos depois da morte”.

De acordo com esta definição, queremos dizer que o Céu é a meta de modo sobrenatural que aspiram aos crentes através das suas obras e ações durante sua vida terrena. Na verdade muitas pessoas, no final de sua vida, gostariam de voltar à presença do Pai Celestial no reino do céu em completa felicidade e bem-aventurança.

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Mas se por um lado há aqueles que acreditam na existência do Paraíso, e, em seguida, em uma vida após a morte, por outro lado, há aqueles que consideram o Paraíso como algo totalmente utópico, se não o fruto de uma invenção dos homens. Em outras palavras, há muitos que gostariam de ter uma resposta científica sobre a existência do Paraíso.

A este respeito, eu ainda me lembro da história de um amigo meu.

Ele, depois de assistir ao funeral de uma pessoa que ele conhecia, outras pessoas estavam se perguntando sobre o propósito da vida e o que virá após a morte. Argumentou que, embora fosse muito triste por não ser capaz de estar mais ao lado dessa pessoa, em seu coração, ele estava feliz porque ele sabia que tinha definitivamente encontrado a paz eterna ao lado de Deus, o Pai, e que um dia ela poderia encontrá-la novamente no Reino Celestial.

 

O que é certo é que, apesar das diferentes escolas de pensamento e opiniões diferentes, todos gostariam de saber se o céu existe ou não, ou pelo menos ter um testemunho sobre o assunto e, em seguida, descobrir o que vem depois desta vida.

O paraíso é real? A história do professor Alexander

 

A este respeito, um cirurgião americano famoso tem uma história muito interessante. O Professor Eben Alexander, esteve em coma devido a uma meningite que a cada dia que passava o estava destruindo mais. O inusitado foi que ele conseguiu despertar de repente. 

O que é interessante na história é que não só conseguiu despertar, apesar de seu cérebro estar  praticamente “off”, mas acima de tudo o que tinha visto durante o coma sobre o  paraíso e o Pai Celestial.

O professor conta a história de como ele tinha  a impressão de que sua viagem foi iniciada sob o solo e então pouco a pouco, liderado por uma melodia celestial, foi elevado para o céu e estava alcançando um lugar lindo cercado por tantas criaturas bonitas. Para ele eram anjos, com milhares de borboletas, flores e nuvens coloridas.

Depois de chegar a este lugar sentiu a presença de uma energia poderosa envolvente que espalhou nele uma profunda paz. Essa energia e esse lugar era para ele, sem qualquer sombra de dúvida, Deus o Pai e o Paraíso.

Testemunhando sobre sua  incrível experiência, o professor disse que durante sua viagem, ele se lembrava de estar na asa de uma borboleta, e ao lado dele havia uma bela mulher que lhe disse que ele era e sempre será amado e que ele podia ver muitas coisas lá, mas que teria de voltar.

Essa mulher era sua irmã morta, que nunca tinha conhecido. De fato, durante uma entrevista com o professor, ele disse:

“Quando eu a conheci eu não sabia, mas era minha irmã. Eu fui adotado e eu encontrei os meus pais verdadeiros apenas alguns anos depois de sair do coma. Eles me enviaram a foto da minha irmã, que morreu em 1998 e eu tive um acidente vascular cerebral. Era  ela. A menina da minha viagem. Quando eu perguntei a minha mãe biológica para descrever sua filha disse-me: “Era como um anjo na terra.”

Mas a coisa realmente interessante é que o professor, que até então não acreditava em qualquer coisa que não tivesse uma resposta científica, percebeu que havia a possibilidade de outra vida depois desta, e que, portanto,  o céu é real. Tudo isso graças a esta viagem. 

 

Como o professor Eben Alexander, também membros de A  Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias sabem que o céu existe. Podem não ter tido a mesma experiência, mas através de suas ações nesta vida comprometem- se a cada momento para serem dignos de estarem lá um dia.

Há maior recompensa depois desta vida

Quando eu estava com os missionários de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias eu fui perguntado se eu estava ciente de que após esta vida  havia uma chance de voltar ao Pai Celestial.

Eu respondi que sabia apenas que havia céu e inferno. Mais do que isso, só conhecia algum conceito derivado do estudo da “Divina Comédia”, que havia realizado nos tempos da escola. Com  o tempo foi-me dito que o Senhor havia preparado para cada um de nós um plano chamado o “Plano de Salvação”.

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Basicamente nós já existíamos antes desta vida e vivemos ao lado do Senhor. Ele então nos proporcionou a oportunidade de viver na Terra e receber um corpo de carne e ossos, e aprender a escolher entre o bem e o mal. Uma vez que o nosso corpo mortal iria morrer, nosso espírito iria para o mundo espiritual esperar uma sentença definitiva.

Como resultado poderia ter havido duas condições, com base em nosso comportamento durante a  vida terrena, que são bem explicadas no Livro de Mórmon pelo profeta Alma, a saber:

” E então acontecerá que o espírito daqueles que são justos será recebido num estado de felicidade, que é chamado paraíso, um estado de descanso, um estado de paz, onde descansará de todas as suas aflições e de todos os seus cuidados e tristezas.” (Alma 40: 12-14)

Em outras palavras, aqueles que ganharam a condição de paz, e então o céu, vão ressuscitar e voltar novamente para o lado do Senhor e aproveitar a vida eterna.

 

Por esta razão, são muito importantes nossas ações e as escolhas que fazemos durante a nossa vida terrena. Se vamos colocar no centro das nossas vidas Jesus Cristo e o seu Evangelho, isso será possível. E este é o propósito do plano de salvação.

Embora eu não tenha nenhuma evidência da existência do Paraíso, eu posso dizer com certeza que não há nada mais bonito que  voltar um dia a viver ao lado do Senhor. Claro, existem dificuldades. E “o adversário” vai tentar de todas as maneiras nos atrapalhar.

Mas se banquetear-nos com as escrituras e colocarmos  Jesus Cristo como nossa “Estrela do Norte” em nosso caminho, então conseguiremos e a recompensa de todo o esforço vai ser realmente grande.

 

Referência

Esse artigo foi traduzido do italiano. Para acessar o artigo original clique aqui.

 

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Na pré-história da EDP e da REN, existiam 14 companhias e um país virado para a "hulha branca"

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A empresa proprietária da Central Tejo, a Companhias Reunidas de Gás e Electricidade, sobreviveu até à nacionalização em 1975 dr

Portugal era, no princípio do século XX, um país fortemente dependente das importações de carvão britânico, a chamada "hulha negra". Com as paragens de fornecimento durante as guerras, a solução foi aproveitar o que ficou conhecido como a "hulha branca": a força dos rios. Uma breve história da electricidade, cá

A assembleia geral da EDP que se realiza hoje vai marcar um passo decisivo na vida da empresa. A alteração dos estatutos e a eleição dos novos órgãos sociais, que vão a votos, são já uma porta aberta para a saída do Estado da empresa. Quanto à REN, quando em breve se alienarem os últimos 11,1% que para já ficam em mãos públicas, também a empresa que gere as redes de transporte de electricidade e gás deixará de ter representantes do Governo.

O que agora fica para trás é uma história marcada pela forte presença do Estado nos últimos 70 anos, décadas antes do nascimento da EDP.

Foi em 1944 que se deram alguns dos passos mais importantes para o que é hoje a empresa de electricidade portuguesa. José Ferreira Dias Júnior, subsecretário de Estado da Indústria e do Comércio, elaborou a Lei 2002, conhecida como Lei da Electrificação Nacional, e lançou as bases do sistema eléctrico português.

No livro A História da Energia, coordenado por Nuno Luís Madureira, recorda-se que uma das premissas desta estratégia foi permitir a exploração dos principais rios através de centrais hídricas, criadas pelo Estado. Objectivo? Aumentar a utilização dos recursos próprios do país e diminuir a dependência energética - uma preocupação já nessa altura.

Com efeito, desde o início do século que Portugal era fortemente dependente das importações de carvão britânico. Foi a chamada "hulha negra", que durante várias décadas alimentou muitas centrais eléctricas, recordam os autores de A Electricidade em Portugal: dos Primórdios à II Guerra Mundial, de Ana Cardoso Matos, Fátima Mendes, Fernando Faria e Luís Cruz.

Com as paragens no fornecimento de carvão durante as duas guerras mundiais, os portugueses sentiram o preço dessa dependência. Mas, como o carvão português tinha menos poder calorífero do que o britânico, não era um substituto à altura. A solução foi aproveitar o que ficou conhecido como a "hulha branca": a força dos rios.

Foi o que se passou na região de Lisboa, por exemplo. Durante muitas décadas o carvão tinha sido o principal combustível da Central Tejo, onde funciona hoje o Museu da Electricidade. Construída em 1909 pelas Companhias Reunidas de Gás e Electricidade, a central só perdeu o papel de maior centro produtor eléctrico em Lisboa, quando a barragem e a central hídrica de Castelo de Bode começaram a funcionar, em 1951. Finalmente, as luzes de Lisboa passavam a ser alimentadas a hidroelectricidade.

Seis anos antes, no seguimento da nova Lei da Electrificação Nacional, em 1945, tinham nascido a Hidroeléctrica do Cávado, para os rios Cávado e Rabagão, e a Hidroeléctrica do Zêzere, as duas empresas de capitais públicos e privados, que se lançam na construção de grandes barragens. Logo em 1951 entram em funcionamento a central hidroeléctrica de Vila Nova (Cávado) e de Castelo do Bode (Zêzere), que três anos depois já representavam mais de 50% da produção eléctrica portuguesa. Os preços praticados por estas duas empresas transformam-se também numa referência para a distribuição nacional, fragmentada em dezenas de grandes, médias e pequenas concessionárias.

Nos anos 50, nascem ainda a Hidroeléctrica do Douro e a Empresa Termoeléctrica Portuguesa - esta última viria a ser responsável pelos projectos de importantes centrais térmicas, a carvão e a fuelóleo, que anos depois entraram em funcionamento, como as centrais da Tapada do Outeiro (começou a operar em 1959, em Gondomar), do Carregado (final dos anos 60, Alenquer) e Tunes (1973, em Silves), indicam Jaime Ferreira e João Figueira, no livro A Electrificação no Centro de Portugal no Século XX. Entretanto, a "hulha branca" tinha continuado a ganhar força: sucederam-se as centrais hidroeléctricas de Belver (1952), Salamonde (1953), Cabril (1954), Bouçã e Caniçada (1955) e Paradela (1958).

"De cortar à faca"

A estratégia concebida por Ferreira Dias será também intervir no transporte e distribuição de electricidade, pois só assim seria possível tirar proveito das novas fontes de energia: em 1947 nasce a Companhia Nacional de Electricidade (CNE), precursora da REN. À semelhança das sociedades hidroeléctricas, também a nova empresa era uma sociedade de capitais públicos e privados, mas com uma forte presença do Estado. Viria a tornar-se responsável pela construção e concessão da rede de transporte de electricidade em alta tensão, ligando as centrais produtoras às redes de distribuição, que, por sua vez, levavam a energia eléctrica às empresas e a casa das pessoas.

Ficou também estabelecido que os operadores que utilizassem a nova rede de transporte teriam de pagar "portagem". Nada contentes com a entrega do transporte de electricidade apenas à CNE ficaram as empresas privadas, que continuavam a ter um forte peso na distribuição e comércio de energia e não queriam perder esses direitos. Muitas eram accionistas da própria CNE - como as Companhias Reunidas de Gás e Electricidade, a União Eléctrica Portuguesa e a Companhia Hidroeléctrica do Norte de Portugal. Não é de admirar que o ambiente nas reuniões de administração fosse por isso "de cortar à faca", mas o Estado, que era o accionista com maiores poderes, acabou por levar a melhor, descrevem os autores de A História da Energia.

E as mudanças não ficaram por aqui. Anos depois, em 1969, as grandes companhias que tinham sido criadas depois da Lei de Electrificação Nacional, incluindo a CNE, fundem-se na Empresa Portuguesa de Electricidade, que passa a dominar a produção eléctrica e o transporte de electricidade.

Ao mesmo tempo, uma grande parte do sector mantinha-se nas mãos de empresas e municípios, fruto das dezenas de iniciativas avulsas que marcaram o nascimento da energia eléctrica. Há pouco mais de 100 anos, a forma como muitas localidades foram trocando o gás pela electricidade deveu-se às acções de carácter local. Por iniciativa privada ou de municípios (o pioneiro foi Coimbra), quando o número de utilizadores não era atractivo para as empresas, foram-se construindo pequenas centrais de energia eléctrica. Muitas vezes, eram as próprias fábricas que vendiam às câmaras os excedentes da electricidade que produziam ou que criavam empresas para esse efeito.

Tomar, por exemplo, começou a ter iluminação pública com a compra dos excedentes da produção eléctrica à Real Fábrica de Fiação. Em Elvas, logo em 1901, esse papel pertence à Companhia Elvense de Moagem, e em Reguengos de Monsaraz à Moagem de António Rosado Caeiro. Em Famalicão, um caso curioso, a electricidade chega pelas mãos da fábrica de relógios A Boa Reguladora.

Mário Mariano, na sua História da Electricidade, lembra que um inquérito lançado em Portugal em 1928 veio revelar "um sistema produtor eléctrico extremamente disperso, constituído por 395 centrais, das quais apenas cinco de potência superior a 7000 cv".

As marcas da história também se notavam nas maiores cidades. No Porto, durante muitas décadas era a câmara municipal que explorava a produção de electricidade e a distribuição. Já em Lisboa, é de origem belga a maioria do capital das Companhias Reunidas de Gás e Electricidade, responsáveis pelas primeiras iluminações públicas ainda no final do século XIX.

Esta empresa é uma das que viriam a sobreviver até à nacionalização, em 1975. No mesmo ano, por decreto publicado a 16 de Abril, também a Companhia Portuguesa de Electricidade (de capitais mistos) e ainda outras 12 empresas privadas, as maiores concessionárias na produção, distribuição e comercialização, foram nacionalizadas. Entre estas contavam-se a Aliança Eléctrica do Sul, a Companhia Eléctrica do Alentejo e do Algarve e a Companhia Hidroeléctrica do Norte de Portugal.

Em 1976, a 30 de Junho, a fusão das 14 companhias deu origem à EDP, com o objectivo de estabelecer e explorar o serviço público de produção, transporte e distribuição de energia eléctrica no território do continente, para "promover e satisfazer as exigências do desenvolvimento social e económico de toda a população" (Decreto-Lei nº 502/76). Mas até ao final dos anos 1980 mantiveram-se ainda dezenas de pequenas sociedades e cooperativas, municipais e privadas, que foram sendo integradas no novo grupo.

 

Significado de Halloween

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 Um cartão comemorativo do Hallowee

O que é Halloween:

Halloween - conhecido como Dia das Bruxas - é uma celebração popular de culto aos mortos.

A popularidade do Halloween é maior em alguns países de língua anglo-saxônica (especialmente nos EUA), cujo significado se refere à noite sagrada de 31 de Outubro, véspera do feriado religioso do Dia de Todos os Santos.

A tradição do Halloween foi levada pelos irlandeses aos Estados Unidos, onde a festa é efusivamente comemorada.

Símbolos do Halloween

Os símbolos principais são as fantasias de bruxas e a abóbora com feições humanas iluminada através de uma vela acesa.

Além disso, também é comum decorar as casas com objetos e temas assustadores, como caveiras, teias de aranha, mortos-vivos e demais seres que pertençam ao imaginário popular.

Também há o costume de distribuir doces para as crianças fantasiadas durante o Halloween.

Conhecido como “trick or treat” (“gostosuras ou travessuras”, em português), esta atividade infantil é muito comum nas comemorações do Halloween nos países do Hemisfério Norte, como os Estados Unidos, por exemplo.

Halloween no Brasil

No Brasil, também se comemora o Halloween em festas particulares, mas não possui um significado e valor cultural tão forte como nos Estados Unidos e em outros países, principalmente do Hemisfério Norte.

Assistir filmes de terror (envolvendo bruxas, fantasmas e demais temas assustadores, por exemplo), acaba por ser uma das atividades mais apreciadas pelas pessoas durante o Halloween no Brasil.

Origem do Halloween

Algumas teorias sugerem que a origem das comemorações do Halloween tenha surgido entre o povo celta, através das festividades pagãs do fim do período de verão e início do inverno, o “Festival de Samhain”, que acontecia no final do mês de outubro.

Acreditava-se que nesta data, os espíritos dos mortos regressavam para visitar as suas casas e também poderiam surgir assombrações para amaldiçoar os animais e as colheitas. Todos os símbolos utilizados pelos celtas tinham como objetivo afastar os maus espíritos.

A origem católica do Halloween coincide com a festa de Todos os Santos, sendo determinado pela Igreja Católica o dia 2 de novembro como o Dia dos Finados.

Antigamente, no dia 31 de outubro, acontecia uma vigília de preparação denominada “All Hallow’s Eve” (Véspera de Todos os Santos). Após transformações, a expressão permaneceu na sua forma atual.

O Pórtico do Sul da Casa Branca é coberto de dec

 O Pórtico do Sul da Casa Branca é coberto de decorações para Halloween no dia 28 de outubro de 2017 em Washington

 

Significado de Bruxa

O que é Bruxa:

 Bruxa é o nome dado a uma mulher que supostamente teria pacto ou poderes demoníacos, uma feiticeira que pratica a magia negra, a bruxaria

A palavra bruxa também pode ser usa como uma figura de linguagem, referindo-se a uma mulher velha e feia. 

Na literatura clássica, que por sua vez também foi representada no teatro e cinema, a figura da bruxa ficou registrada como sendo um ser horripilante, com roupas sujas e escuras, aparência de velha, narigudas e com uma risada aguda aterrorizante. Características estereotipadas de uma pessoa feia e assustadora. 

As bruxas também são conhecidas por serem mulheres extremamente más, com hábitos canibais e sem escrúpulos ou moral. A magia negra aparece como sendo a principal atividade das bruxas, que utilizam-na para derrotar os seus inimigos ou simplesmente para torturarem as pessoas. 

No entanto, ao mesmo tempo, alguns autores utilizam este mesmo termo para designar mulheres sábias, protetoras e que conhecem e utilizam os poderes da natureza para fins benéficos. 

Na Idade Média, as mulheres consideradas bruxas eram perseguidas pela igreja católica, acusadas de heresia e sentenciadas à morte na fogueira. 

Atualmente, com o sincretismo religioso e o crescimento de conceitos pagãos aceitos pelas sociedades, a figura da bruxa é muito mais leve. A existência das bruxas é até mesmo retratada em histórias e desenhos infantis, como a Cuca do "Sítio do Pica Pau Amarelo" e a Bruxa da "Bela Adormecida", que aliás, possuem as características clássicas de uma bruxa (feia, velha e má).

No cinema, também aparecem casos famosos de bruxas, como a "Bruxa Má do Oeste" (O Mágico de Oz) e a "Bruxa de Blair" (Bruxa de Blair).  

O Dia das Bruxas ou Halloween é comemorado em vários países ocidentais, anualmente em 31 de Outubro. A data foi criada na Irlanda e a tradição cresceu e se espalhou para todo o mundo através dos Estados Unidos. 

Nesta data, as crianças costumam sair pelas ruas, batendo de porta em porta, e perguntando: "Gostosuras ou travessuras?". Se as crianças não ganharem doces, tem a permissão para fazer uma pegadinha ou travessura na casa da pessoa, como se fosse um "pequeno diabinho". 

Em inglês, a palavra bruxa pode ser traduzida para witch

Bruxa do amor

Asbruxas do amor, também conhecidas por feiticeiras do amor, são mulheres que praticam a chamada "magia branca", utilizando os conhecimentos e forças da natureza para se protegerem das energias negativas e da magia negra.

De maneira metafórica, as bruxas do amor representam as mulheres que acreditam nas forças positivas do ser humano e do sentimento do amor, como energia para combater a maldade ou adversidades da vida. 

"Bruxa do 71"

Bruxa do 71 é o apelido dado à uma personagem do seriado mexicano "A Turma do Chaves", chamada Dona Clotilde. 

A Dona Clotilde mora na casa número 71, por isso que Chaves e seus amigos chamam-na de Bruxa do 71. 

A personagem da Bruxa do 71 era interpretada por María de los Ángeles Fernández Abad, atriz espanhola que faleceu em 1994.

Uma das janelas da Casa Branca é coberto de decor

Uma das janelas da Casa Branca é coberto de decorações para Halloween no dia 28 de outubro de 2017 em Washington

 

 

Muitos festejam o Halloween mas poucos sabem a história

 

Ontem  à noite comemorou-se o que começou por ser uma tradição celta. Os portugueses acolheram a data, com os mais novos a irem de casa em casa a dizer "doce ou travessura"

As abóboras, as teias de aranha e os chapéus de bruxa tomam conta das montras. De norte a sul do país, fantasmas, bruxas, zombies e vampiros vão sair à rua. As bloggers dão sugestões de maquilhagem e dicas para os melhores disfarces. "De uma tradição totalmente inexistente na sociedade portuguesa, o Halloween passou a um evento com alguma relevância. É um costume que está incorporado na nossa cultura a todos os níveis", destaca Mafalda Ferreira, especialista em ciências do consumo. Mas, apesar de ser festejado por muitos - principalmente pelos mais pequenos com os seus disfarces e pedidos de doces -, poucos conhecem a história do Dia das Bruxas.

"Não me parece que haja conhecimento da tradição associada. É celebração por celebração, sem o contexto presente. Como é uma tradição que remete para as questões místicas, tem piada por isso", diz a docente do Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM). Segundo a responsável pelo Observatório de Consumo do IPAM Porto, nos últimos dez anos, houve "um crescimento sistemático a vários níveis", nomeadamente "na oferta de lazer para o segmento mais velho, de adolescentes e jovens adultos". Por outro lado, surgem cada vez mais "acessórios e uma parafernália de artigos que permitem caracterizar o dia". As marcas, prossegue, "estão muito atentas à recetividade dos consumidores a novos produtos ou eventos, pelo que conseguem criar vontade de ter objetos". Refere-se por exemplo às maquilhagens e aos acessórios.

O primeiro contacto com o Halloween, que há alguns anos surgia com a disciplina de Inglês, "hoje surge muito mais cedo, logo no pré-escolar". "E o facto de estarmos mais recetivos à informação, à facilidade em perceber o que está a acontecer noutras partes do mundo, faz que as tradições que antes tinham um cariz local passem a assumir uma perspetiva global. É por isso que vários eventos foram incorporados na cultura portuguesa", frisa Mafalda Ferreira.

Pelo bairro à espera de doces

Das escolas às corridas temáticas, o Dia das Bruxas é festejado de norte a sul do país. É o caso de Duarte que já escolheu a máscara de monstro que vai usar hoje na escola - tem 5 anos e está no pré-escolar - e na volta que ao final do dia vai dar pelo prédio e no bairro onde mora, em Corroios. Tal como nos dois anos anteriores junta-se a outras crianças, algumas mais velhas, como a irmã, e irá bater à porta dos vizinhos a pedir "doces" e a ameaçar "travessuras", diz. Depois o grupo vai dar a volta ao bairro e espera receber mais doces.

Esta é uma prática que ganhou maior dimensão nos últimos anos. Popularizado pelos Estados Unidos, este é, segundo os historiadores, um costume que teve origem numa tradição celta, o Samhain ("fim do verão"). A festa começava no dia 31 de outubro e durava três dias. Nesse dia o povo acreditava que havia maior proximidade entre mortos e vivos. Os espíritos voltavam a casa para pedir comida, pelo que os familiares deixavam alimentos à porta.

Em 1845, a tradição viajou da Irlanda para a América do Norte, na sequência da Grande Fome. Nessa altura terá surgido a tradição moderna de trick-or-treat (doce ou travessura), que depois foi exportada para vários países. Em Portugal já existia há vários séculos o "pedido de pão por Deus", que ainda resiste em algumas zonas mais rurais. Grupos de crianças saem à rua no dia 1 de novembro e vão bater às portas e pedir bolos e dinheiro. Um costume que está relacionado com a tradição popular portuguesa de dar bolos secos a quem ajudou nas colheitas.

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